Comissão
de quatro delegados e MPE vai apurar as denúncias.
SÃO LUÍS - A Superintendência de Investigações Criminais (Seic) informou
que intensificará nos próximos dias as investigação sobre a existência de crime
de agiotagem no Estado do Maranhão.
Uma comissão constituída por quatro delegados e representantes do
Ministério Público Estadual (MPE) vai apurar as denúncias de agiotagem.
Indícios
Segundo os investigadores, o esquema, descoberto com a apuração do
assassinato do jornalista Décio Sá, no dia 23 de abril, pode envolver prefeituras,
com base na análise preliminar de documentos, cheques e notas de empenho
apreendidos em poder de dois dos principais envolvidos no crime, os empresários
Gláucio Alencar Pontes Carvalho, de 34 anos, empresário do ramo de merenda
escolar, conveniado a várias prefeituras no interior do estado, e o pai dele,
José de Alencar Miranda Carvalho, de 72 anos, que seriam os mandantes do
assassinato.
O subdelegado-geral de Polícia Civil, Marcos Affonso Júnior, em
entrevista ao jornalista Thiago Bastos de O Estado por enquanto não há como dimensionar a quantidade de municípios
maranhenses envolvidos diretamente neste crime.
- As investigações de forma mais intensa começaram há poucos dias, e por
essa razão ainda não é possível calcular o número de pessoas e municípios
envolvidos. O que se sabe é que a polícia já realizava o monitoramento dos
casos de agiotagem, mas sem ainda ter a noção exata de quantas prefeituras
estariam ligadas aos agiotas. Dessa vez, é diferente. Temos uma linha mais bem
definida de investigação e vamos seguir com este trabalho”, afirmou.
Entenda o caso
O jornalista Décio Sá foi executado a tiros, no dia 23 de abril, em um
bar, na Avenida Litorânea. Após mais de 50 dias de investigações, a polícia
prendeu os sete suspeitos de envolvimento no caso, apresentando os
participantes da quadrilha em entrevista coletiva, no dia 13 de junho. Segundo
a polícia, as denúncias do jornalista de O Estado sobre crimes de agiotagem, desvio de recursos públicos e extorsões foram
as causas que levaram à sua execução. A morte de Décio Sá, o assassino confesso
Jhonatan de Sousa Silva, teria custado R$ 100 mil, valor que não foi pago
integralmente. O calote teria sido um dos motivos da volta do criminoso a São
Luís para cobrar a dívida. Recentemente, ele disse, em entrevista exclusiva à
TV Mirante, que caso soubesse que a vítima era jornalista teria pedido um valor
três vezes maior para executá-la. Contudo, com a sua prisão, a polícia
conseguiu desvendar o assassinato e descobrir uma rede de agiotagem, que está
sendo investigada.
Prorrogação
Para facilitar as investigações sobre os crimes de agiotagem no
Maranhão, a Justiça prorrogou, na quinta-feira, 12, a prisão temporária por
mais 30 dias, dos sete suspeitos de envolvimento no assassinato do jornalista Décio Sá.
Fonte: Imirante.com